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A ARTE DE “SERRAR”

Atualizado: 8 de dez. de 2023


A divertida eleição para a escolha do maior “serrote” do Criméia Leste


Esta matéria, feita em fevereiro de 2012, começou como uma grande brincadeira e foi construída desta forma. Afinal de contas quem nunca ”serrou” na vida. Serrar, levar vantagem, ficar ali tranqüilo, sem gastar nada, só consumindo o que os outros gastam. Durante a construção do texto, brinquei com muita gente, ri muito, “serrei algumas cervejas”, e deixo prá você leitor a seguinte frase: “quem nunca serrou que atire o primeiro serrote, ou grupião”, aquele que “serra” dos dois lados né. Ouvi muitas histórias “verídicas”, dizem alguns, sobre a arte de “serrar” e até frases filosóficas como “a vida é uma serra pra muitos, menos para o serrote”. Dei muitas gargalhadas também, já que acabei sendo envolvido na história como um dos maiores serrotes de cigarro que já passaram pelo Criméia. Enfim, o objetivo desta matéria não é denegrir a imagem de ninguém, mas brincar com uma ação presente em todo ser humano, a arte de “serrar”.

Boa Viagem a todos

Carlos Pereira, fevereiro de 2012.




“Quem nunca serro que atire o primeiro serrote”


Tudo começou com uma brincadeira realizada no Bar Goiás, do nosso amigo Valter, parceiro do Jornal Criméia. Uma cervejinha aqui outra ali, uma pinguinha, conversa vai, conversa vem, sobre quem seria o maior serrote do bar. Resolveram então fazer uma eleição, ou seja, eleger aquele que fica ali, na maciota, não gasta nada, e vai ficando…Toma uma pinguinha de uma mesa, de outra, um copo de cerveja, um tira-gosto, etc. Premiação definida: Primeiro Lugar: duas skols litrão e um litro de pinga. Segundo: um carotinho de pinga. Terceiro: uma dose da mardita, a calcinada. Candidatos: Zé Maria, Nilton Carote e Morcego. Definido os candidatos foi iniciada a campanha. Segundo Valter, cada um procurou o seu marqueteiro e criou um slogan: “Vote em Zé Maria, o serrote do dia a dia”. “Vote em Nilton Carote o autêntico serrote”. “Vote em Dorimar Morcego o que serra logo cedo, a concorrência não terá sossego”.

Como em toda eleição, a do maior serrote também levantou muita polêmica. Segundo alguns, Nilton Carote tinha 70% por cento dos votos na reta final da votação, aí o Flavinho levou a urna para a Mercearia Goiás ao lado do Bar do Valter e veio a surpresa. Zé Maria venceu a eleição por 110 votos contra 100 de Nilton Carote. O Morcego recebeu 60 votos. É marmelada, diziam uns. Houve manipulação, falavam outros. O Nilton ficou bravo e não queria receber o prêmio pelo segundo lugar (um carotinho de pinga). Enfim, azedou tudo e começaram as argumentações em favor de um e outro.

O Zói do Aqui Chopp fez a defesa do Nilton como o maior serrote, afirmando que ele articulou para ficar em segundo para serrar do primeiro. Faz sentido. Aí o Seu Getúlio retrucou: “não, o maior serrote é o Zé Maria mesmo. Um dia ele me encontrou no Bretas e disse: Seu Getúlio pra onde o senhor vai depois. Eu disse: para o Bar do Valter. Sem pestanejar e corar o rosto Zé Maria finalizou a conversa: Então deixa uma paga pra mim lá tá bão. Chegou então o Jorge, vendedor de motos, e disse: “Pra mim empatou, cada um tem o seu jeito de serrar, mas votaria no Nilton por tempo de serra, já que conheço ele há trinta anos”. Para Antônio Borracheiro esta história foi toda articulada pelo Nilton e pelo Zé Maria: “Vi os dois juntos com uma garrafa de pinga na mão, rindo de todo mundo e diziam – Com esta história tá muito melhor serrar”. Nilton Carrote e Zé Maria também apresentaram as suas teses porque teriam que ganhar o prêmio. Zé Maria argumenta: “ Serro de boa, não vejo nenhum problema nisso”. Nilton diz: “ Eu não serro de ninguém, chego de mansinho, fico ali, aí eles me oferecem, por isso deveria levar o prêmio”.

Enfim virou uma farra a polêmica e divertida eleição do maior serrote do Criméia. Aí começaram as piadas e histórias que envolvem inclusive o autor desta reportagem como um dos maiores “serrotes” do Criméia. O piadista Gérson Formigão lembrou de um história, como ele gosta de dizer, verídica: “ O Pereira (este repórter) já tinha cerrado uns seis cigarros meus, aí serrou mais um e colocou na orelha, passado um tempo entre um gole e outro de cerveja no palitinho do Bar da Dona Irene, pediu mais um. Aí eu disse, uai olha o cigarro aí na orelha sô. Ele, com a maior cara de pau, sem nem ficar vermelho, lascou a seguinte frase: ah! Formigão este aqui não, este para fumar quando chegar em casa, jantar e deitar na rede”. Já o Carlos Taguaru conta outra do autor deste texto. “Na minha Opinião este nobre repórter é que deveria ter ganhando a eleição. Quando ele fumava, antes de cumprimentar a gente, pedia primeiro o cigarro e depois, após ter serrado outros, na hora da despedida, não despedia, falava assim, com a cara lerda: ei, já vai embora, péra aí, dá mais um cigarro”. Pois é, quem nunca serrou que atire o primeiro serrote. Felizmente esta serra eu venci já que parei de fumar há quatro meses. Mas confesso que durante as idas e vindas para fazer esta matéria, dando umas boas gargalhadas com os amigos, serrei uns bons goles de cerveja.

Conversa vai, conversa vem, e mais histórias surgiram. Verídicas ou não, motivaram muitas gargalhadas em nossa comunidade. O Valter, dono do Bar, mineiro de Uberaba admite ser um autêntico serrador de “bóia”: “gosto de chegar na casa dos outros na hora do almoço, aí falam: vamos almoçar. Eu digo: vamos uai”. O Goiás conta que o Nilton um dia pediu uma pinga e depois outra e foi embora sem pagar. Passando novamente em frente ao bar, foi abordado pelo dono: Oi tem duas pingas aqui prá você. Aí ele disse: Tá bom depois eu volto e bebo elas. O formigão conta uma outra do torresmo, muitas outras histórias surgiram a partir da brincadeira iniciada no bar do Valter. Até uma frase filosófica surgiu, não me lembro mais quem disse, nos momentos divertidos na produção desta matéria; e com ela encerro esta história que tem o único objetivo de trazer um pouco de alegria a nossa comunidade.

A vida é uma serra. A gente sobe, desce, sobe de novo, e desce de novo...o horizonte é o limite.

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