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Padre Alcides: O Padre dos Pobres O Padre de Todos - O Padre da Vida

Atualizado: 8 de dez. de 2023


Padre Alcides de Lima Jr., nascido no dia 9 de junho de 1950, em Goiânia, na Rua 55 número 6, Bairro Popular. Com nove meses mudou para Campinas onde passou a infância e a adolescência até buscar o caminho religioso na Congregação Redentorista. Padre Alcides, como ele mesmo gosta de dizer, um sexagenário, é daquelas pessoas diferentes, singulares, que amam a vida, se diverte com ela e à vida se dedica em função dos mais pobres, mais humildes. Esta entrevista é mais uma homenagem àquele que, durante 14 anos, dedicou a sua vida a uma comunidade, a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, aqui na região do Setor Criméia Leste. A entrevista foi feita na sua casa no mês de agosto de 2010, Padre Alcides estava de mudança, iria voltar para Campinas onde cresceu e se tornou religioso.

Padre Alcides é tão singular que, durante a entrevista, em alguns momentos, preferiu falar mais de outras pessoas (muitas que viveram ou ainda vivem aqui na região) que lutam pela vida, pela distribuição de renda, pela paz, por justiça; do que dele mesmo. Padre Alcides defende a inserção do religioso no dia a dia da sociedade. Como ele mesmo diz: “eu não acredito em quem não reza, mas também não acredito em quem só reza”, ou “não adianta você ter esperança só lá em cima, tem que agir aqui embaixo”. Nesta rica entrevista procuramos não aprofundar muito as questões da igreja, já que o importante para nós do Jornal Criméia é discutir e encontrar caminhos para melhorarmos a nossa comunidade e, com certeza, o padre redentorista Alcides de Lima Jr., deu uma grande contribuição neste sentido durante os 14 anos que esteve à frente da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes.

Vamos então viajar em mais uma história da nossa comunidade, a história de padre Alcides, o padre da vida, que respeita e tem o respeito com todas as religiões, o padre dos pobres, dos mais humildes, o padre de todos os que têm fé e lutam por uma sociedade mais humana, mais digna e mais justa.

Carlos Pereira e Sinval Félix




Boa viagem a todos

A origem e a descoberta do caminho religioso


Jornal Criméia – Padre Alcides como foi a sua infância e como e porque se tornou religioso?


Padre Alcides – Somos de uma família numerosa de 15 filhos. A infância foi de muito trabalho, de muito compromisso. Trabalhei desde os nove anos de idade como feirante, fiz feira durante 18 anos pelos bairros de Goiânia. Vendia ovo, queijo, pimenta, verduras e frutas. Foi neste trabalho que eu fui descobrindo a grande realidade do homem no seio do mundo, Uma dignidade muitas vezes ferida pela pobreza, pelo preconceito, pelo desamor, mas também foi neste mundo que eu me engajei na igreja, Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Matriz de Campinas, com treze anos, na Legião de Maria, que é o grande amor da minha vida; e trabalhando nestes movimentos, engajado na paróquia, na catequese, nas visitas aos hospitais, na promoção social e, depois de um modo bem dinâmico e intenso, na Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Goiânia, servindo, ouvindo e escutando os clamores, isto me bateu muito forte no coração e resolvi seguir a carreira religiosa.


Jornal Criméia – Qual a origem do senhor, quem são os seus pais?


Padre Alcides – O meu pai é baiano e a minha mãe goiana, ambos também tinham famílias numerosas. Casaram em Trindade pelas mãos do Padre Pelágio, o grande Pelágio de Goiás. Ele era o controle de natalidade da minha mãe. Ele dizia: “Sônia, você pode ter mais um filho, só mais um, só mais um e aí chegamos a 15 filhos” (risos), A minha mãe teve muitos problemas de saúde no parto do meu irmão anterior a mim e não poderia ter mais filhos e eu só nasci por causa do padre Pelágio....

Jornal Criméia – Como assim, por causa do Padre Pelágio?

Padre Alcides - Minha mãe era muito religiosa, se o padre não autorizasse ela nunca operaria, então eu nasci por causa dele porque ele dizia: “mais um Sônia”, e eu nasci, depois vieram mais oito filhos.

Padre Pelágio e o respeito à todas as religiões


Jornal Criméia – Como foi a convivência do senhor com o Padre Pelágio?

Padre Alcides – Eu o conheci muito. Na semana da morte dele, ele foi a nossa casa, eu tinha onze anos, ele morreu em 1961. Padre Pelágio era um velhinho simpático. Com minha mãe, íamos à Matriz de Campinas para a bênção das nove e para a bênção das três horas, a bênção dos doentes. É um homem que marcou a história de Goiás, tanto que ele é considerado o apóstolo de Goiás. Tem o processo de canonização, mas eu nem acho tão necessário, porque o povo goiano já o santificou pelo seu amor, pela sua bravura, pela sua saga e pela sua fé.

Carlos – Conversei com o Padre Clóvis, que vem trabalhando o processo de canonização, em uma entrevista para a Rádio Difusora e ele me disse que Padre Pelágio não era um grande padre no sentido de conquistar cargos na hierarquia da igreja, mas conquistou o povo pelo seu jeito singular de se relacionar com os fiéis


Padre Alcides – Ele tinha uma empatia muito grande com o povo, a sua palavra, a sua voz, a sua mensagem penetrava os corações das pessoas; elas encarnavam a mensagem, abriam o coração. Alguns anos atrás, nestes meus onze anos, Padre Pelágio foi visitar um doente. Procurando a casa do doente ele bateu em outra e disse para a senhora que o atendeu: “aqui tem um doente”. Ela disse: “nós não somos católicos”. E ele afirmou: “ mas eu quero fazer a visita”. Ele fez a visita, mais tarde esta família tornou-se toda católica. Era um homem que tinha de fato, no coração, a vida, e acima de tudo o sabor pela vida; e sabia passar este sabor para os irmãos. Ele governou Trindade, as romarias de Trindade por muitos e muitos anos.


Carlos – Voltando a esta fase da adolescência, eu conversei com o escritor Luiz Aquino, que é espírita, e ele me disse que quando o senhor tomou a decisão de ser padre, tinha lido um livro espírita, o Paulo e Estevão, e este livro o teria influenciado nesta decisão.


Padre Alcides – Paulo e Estevão é um livro que relata a vida de São Paulo, a sua conversão, a sua entrega, a sua luta e, lendo este livro, me deu vontade muito grande de estudar os santos evangelhos e os atos dos apóstolos. São Paulo, no seu testemunho, um homem como a gente, que viveu os limites e os valores, que conseguiu fazer uma experiência muito profunda, verdadeira e autêntica de Jesus Cristo. Aquilo mexeu muito comigo, e isso me fez, pois só se ama aquilo que conhece, e eu quis conhecer cada vez mais Paulo. A sua obra, a sua história, o seu amor e a sua sensibilidade mística batem muito com o meu coração. Como diz o padre Jesus, o Alcides é um homem do coração, um homem que escuta, medita e um homem que, acima de tudo, aconselha.


Carlos – Padre Alcides, o Luiz Aquino, grande escritor, poeta, jornalista, cronista e que gosta de fuçar nas coisas, me pediu pra fazer outra pergunta. Ele afirmou que já conversou com o senhor, gosta muito do senhor e que, em tom de brincadeira, que o senhor só não é espírita porque não acredita em reencarnação?


Padre Alcides - Realmente eu não acredito em reencarnação. Se eu acreditasse, eu teria que abandonar o meu sacerdócio, porque há um antagonismo muito grande entre reencarnação e ressurreição. Eu acredito no sacrifício da cruz, na doação máxima de Jesus. Uma coisa eu digo com muita força no coração, meus irmãos espíritas fazem um trabalho belíssimo, tem um compromisso cristão belíssimo, às vezes muito mais do que muitos católicos.


Carlos – O senhor tem uma relação muito boa com todas as religiões, com os evangélicos, budistas, espíritas, etc. Um palestrante espírita, Eurico Alarcão, me disse que já encontrou o senhor em palestras com representantes de várias religiões e, percebeu este respeito, para ele o senhor é um padre de todas as religiões.


Padre Alcides – Eu acolho esta colocação do Eurico Alarcão com muito amor, com muita humildade, com muita simplicidade. No evangelho de São João no capítulo dezessete Jesus diz assim: “Pai que todo seja um, como nós somos um”. E diante desta mensagem profunda de Jesus, as religiões nunca vão se unir, porque isto não é o importante, o importante é que as religiões aprendam a serem irmãs, amar a Deus, amar o irmão, amar o próximo; trabalhar para a libertação do homem todo e de todo o homem. Este é o objetivo de Jesus. E se uma religião não nos ajuda a compreender este mistério do amor e da vida, ela não tem sentido. É como diz o grande


Dalai Lama: “a melhor religião é aquela que te melhora, que te faz ser mais gente, mais humano, estar ao lado dos pobres e oprimidos”.

A religião e os movimentos sociais – Fé e ação


Carlos – O amigo Hamilton Amorim, católico e hoje faz um belo trabalho social na Fundação Otavinho Arantes me mandou a seguinte pergunta. Padre Alcides o que o senhor acha de quem só reza?


Padre Alcides – Eu não acredito em quem não reza, mas também não acredito em quem só reza. Trabalhar e orar, orar e trabalhar.

É preciso da espiritualidade, da meditação, da contemplação, crescer na fé no amor, crescer interiormente; mas se as nossas mãos não se abrem para os irmãos, como disse Jesus: “tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, estava nu e me vesti, estive doente e me visitastes”. Se uma religião, se uma espiritualidade, se uma filosofia de vida humanista não nos leva ao contato do irmão, não adianta só rezar.


Jornal Crimeia – O senhor acha que o religioso tem que se envolver com os movimentos sociais, políticos?


Padre Alcides – Com toda certeza. Acho que o campo é enorme, é largo. Acho que o cristão deveria estar na política, à frente de sindicatos. O cristão quando eu digo é de uma maneira geral. É necessário que de fato se defenda a vida, a dignidade da vida e que não fossem pessoas tão venais, que se vendam com tanta facilidade.

A juventude e as Pessoas por Padre Alcides

Carlos – O cantor Xexéu do Nóys é Nóys também deixou uma pergunta, mas não me veio à memória agora. (Entrevista interrompida. Ligamos pra ele, mas como a entrevista foi realizada de manhã, o nosso grande amigo Xexéu deveria estar dormindo com os anjos já que a vida dele é noturna. Xexéu, Deus te olha...


Padre Alcides – Xexéu é uma pessoa maravilhosa, um homem que fez muitas experiências na vida, acertou bastante e continua acertando. Como eu, como você, ele também tem suas falhas humanas, as suas limitações, mas Xexéu é um presente de Deus. Homem que alegra a vida, alegra o coração, é um homem que eu poderia dizer que sambou a vida, sambou a fé, sambou a esperança e continua sambando os corações, com alegria, com amor, entusiasmo, com esperança. E hoje, acima de tudo, é um homem que tem uma sensibilidade muito grande por Jesus Cristo. Além desta sensibilidade espiritual, na década de 80, nos ajudou profundamente na promoção da juventude na paróquia da Matriz de Campinas com as famosas baturestas, que era o batuque mais serestas. Ele e o seu grupo nos ajudaram demais. É um dom de Deus.


Carlos - Já que o senhor falou de Xexéu de forma espontânea, vamos falar também de outras pessoas que lhe fizeram perguntas ou, que de alguma forma, contribuíram com a sua história Vamos começar com o deputado federal Pedro Wilson. Ele quer que o senhor faça um paralelo da juventude no tempo do senhor, quando participavam juntos no Treinamento de Líderes Católicos (TLC), com a juventude atual.


Padre Alcides – Pedro Wilson é um homem que reflete a vida, a esperança, reflete a fé. É um homem que procura formar mentalidades e pessoas. Já trabalhou muito, sofreu muito mas continua tendo grandes projetos e grandes sonhos, porque o homem que não sonha alto, se contenta com a mediocridade; e ele nunca se contentou, muito pelo contrário. Sobre a pergunta que ele me fez comparando a nossa época quando participávamos do TLC, o Treinamento de Líderes Católicos, com a juventude atual, eu poderia dizer que trabalhando com a juventude do passado e olhando para a juventude de hoje, fazendo um paralelo, tem os desafios do passado. Agora, é claro que as idolatrias do ter, do ser e do prazer do dia de hoje, estão mais intensas e muito mais rápidas por causa dos meios de comunicação, da internet, onde a inversão dos valores se torna cada vez maior. Trabalhar com a juventude é a arte de começar todos os dias e nunca desistir, resistir e ir pra frente sempre.


Jornal Crimeia – Antigamente a juventude era mais aberta, mais sonhadora, mais ativa? Como o senhor vê a juventude e a religião na sua época de jovem e atualmente?


Padre Alcides – Eu vejo que a juventude do passado tinha muito a influência das famílias, da tradição, do respeito. Esta juventude que trabalhava bastante, tinha tempo pra engajar na Ação Católica, na JEC, na JUC, mais tarde nesta dimensão do TLC, do COC, PJC e tantas outras ações com o objetivo de ajudar o próximo. Hoje, eu vejo uma inversão de valores muito grande na juventude atual, e a juventude que está engajada na igreja, acho que ainda é uma juventude muito fundamentalista, muito iludida, muito de canto e de pouco ação. O ideal é juntar as duas coisas. Cadê a juventude das greves, dos estudantes que protestavam? A juventude que mudou este país, cadê a juventude que fez uma nova história? Hoje a gente vê uma juventude no mundo das drogas e da alienação. Toda regra tem exceção, tem jovens bons ainda engajados.



Jornal Criméia – Porque o senhor se tornou um padre redentorista?


Padre Alcides – Quando eu disse que ler um livro foi importante para influenciar no meu caminho, esta foi apenas uma das coisas que ocorreram para que eu me tornasse padre redentorista. Com treze anos eu engajei na Paróquia Nossa Senhora da Conceição Matriz de Campinas, uma paróquia administrada pelos redentoristas desde 1894. Chegando em Campinas eu só tive contato com os padres redentoristas. A minha primeira comunhão foi com o famoso padre Nelson Antonino, hoje falecido. Este homem marcou muito a minha vida. Outra pessoa que marcou muito a minha história e marca até hoje, que eu considero um pai, um amigo, irmão, um orientador, é o padre Jesus Flores. Estas pessoas tiveram influência em minha vida. Pela necessidade da minha família, porque éramos pobres, pelo nosso desejo, um projeto que marcou o meu coração, foi sendo adiado, mas com 29 anos, no dia primeiro de agosto, há 31 anos atrás eu tomei a decisão e fui me tornar padre redentorista. Fui a São Paulo, fiz estudos no seminário arquidiocesano de Goiânia e depois me ordenei padre. Já são mais de 25 anos desta história. A sensibilidade pela dor do irmão, pelo anseio da juventude, pelo doente e pobre, são marcas muito concretas na minha vida e na minha história.


Carlos – Já que o senhor citou o padre Jesus que trabalha comigo na Rádio Difusora, eu gostaria que o senhor também falasse mais um pouco dele.


Padre Alcides – Padre Jesus Flores, goiano de Luziânia, de família católica tradicional, pais maravilhosos, família excelente, tem a primeira irmã freira aqui do Santo Agostinho, a madre Trindade, que é a mulher que abriu os corações e os horizontes da sua congregação. Padre Jesus que tem outros irmãos que também entraram no seminário, mas o que importa pra mim é que eu conheci padre Jesus em 1965, quando ele veio tomar posse como vigário na Matriz de Campinas. Isto foi gerando e criando uma amizade muito grande. O que eu penso do padre Jesus? Penso que ele é um homem sério, comprometido com a justiça, com a fraternidade, solidariedade. Aos olhos de muita gente pode parecer um homem assim até prepotente e arrogante, mas quem conhece o seu coração, o seu lado humano, vai perceber que ele é um homem muito presente, muito perto da gente, que ama a vida, luta por ela, acredita na história. Um homem com mais de setenta anos que ainda tem uma cabeça muito mais jovem que os jovens de hoje.


Carlos – Me fale um pouco do Hamilton Amorim que faz um trabalho social lá no Teatro Inacabado?


Padre Alcides – Eu já vi falar do trabalho dele, da inclusão de crianças e adolescentes de rua através do teatro. Eu acho que esta é a saída para o nosso Brasil. Se não salvar o homem todo e todo homem, não haverá mudança. E não adianta você ter esperança só lá em cima. Você tem que agir aqui embaixo, com as crianças, pré-adolescentes e jovens, escrevendo uma nova história, da libertação do sofrimento do povo e acima de tudo dos filhos dos filhos.


Carlos – O palestrante espírita Eurico Alarcão.


Padre Alcides – Não conheço muito a história dele, mas vejo as pessoas falarem, amigos em comum. Pra mim é um homem dedicado à vida e à dignidade humana.

O Criméia e a luta por uma comunidade mais humana

(Padre Vitalis, Irmã margarida, Maria Hernandes e pessoas da comunidade)

Jornal Criméia – Vamos ao Criméia Leste. Há 14 anos o senhor chegou aqui na região. Porque veio pra cá?



Padre Alcides – Nós somos de uma congregação missionária e o missionário tem que estar disponível. Manda para aqui, manda pra lá também, toma outro rumo e assim vai. Eu saí de Campinas depois de 44 anos vivendo lá. De repente me vejo aqui no Criméia Leste, Nova Vila, Monticelli, Vila Jaraguá, Emílio Póvoa. Foi um grande desafio na minha vida. No dia 5 de janeiro de 2010 completou 14 anos da minha presença aqui. O Criméia é um setor apaixonante, assim como as suas vilas arredores. Ainda tem muito de amizade, família, muito de coração. Como toda a cidade que cresce, esta parte de Goiânia que foi esquecida pelos políticos, porque passava a estrada de ferro ali na Nova Vila e que ficou esquecido, como se a Nova Vila fosse tão distante do Centro. O Criméia Leste é tão perto do Centro e tão abandonado pelo poder público.

Aqui neste Criméia fui descobrindo grandes valores, entre eles eu destaco um grande homem, o Padre Vitalis. Este povo daqui devia adorá-lo. Deveria ter em todos os muros, cartazes o nome de Padre Vitalis, o missionário dos sagrados corações. Um homem que tinha uma visão futurista. Se existe escola e educação neste setor desde 1958, foi por causa do Padre Vitalis. Se teve saúde neste setor, inserção social das crianças e outras coisas, foi obra de Padre Vitalis. Esta Paróquia aqui era um terço da Goiânia vigente na época do Padre Vitalis na década de 50. É um homem que amava o ser humano, que lutava, que sabia articular e construir lideranças.

Ele não trabalhou sozinho, ele trabalhou em conjunto. Padre Vitalis tinha autoridade, determinação e garra. Agora o Criméia Leste tem as suas nuances, a sua história. Penso que nestes 15 anos muita coisa piorou, no sentido da marginalidade, das drogas, dos desafios, da violência; se mata com muita facilidade, se desrespeita também. Claro que isso é fruto das grandes cidades, não é só uma coisa do nosso querido Criméia. É algo muito maior. É a insatisfação do ser humano. É a falta de distribuição de renda neste país. A falta de solidariedade, de partilha e, acima de tudo, a falta de respeito à dignidade do ser humano.


Jornal Criméia – O senhor falou da importância de Padre Vitalis. Poderia citar quais as obras que ele teria deixado aqui na região?


Padre Alcides – Se existiu quatro colégios estaduais aqui, o João XXIII, o Santa Bernadete, o Câmara Filho e o Olga Mansur, foi porque o Padre Vitalis doou os terrenos da igreja, alguns colégios ele mesmo construiu e, outros, ele fez os políticos construírem, mas por iniciativa do Estado nunca se fez uma obra neste setor. Fez o dispensário Nossa Senhora de Lourdes que se transformou na Maternidade, que foi administrada pela igreja, pelo Padre Vitalis e mais tarde entregue a OVG, a Organização das Voluntárias de Goiás.


Jornal Criméia – E o senhor, nestes quase 15 anos, criou uma história muito forte também aqui no Criméia e em toda a cidade.


Padre Alcides – No começo quando aqui cheguei, andava pelas ruas deste bairro e dizia para o meu coração; “Meu Deus o que o senhor quer de mim aqui, o que o senhor quer que eu faça aqui”. Eu comecei a fazer o meu trabalho ali no João XXIII com a irmã Maria Hernandes. Fui me apaixonando pelas pessoas, pelos corações, pela dignidade. Quando assumi a paróquia que estava há mais de quarenta anos sem manutenção já com o patrimônio bastante estragado e, junto com o povo daqui, que é maravilhoso, nós construímos uma nova história. Recuperamos o patrimônio, restauramos a Capela São José que estava quase caindo. A capela é um marco, em abril de 59, o grande Don Fernando criou a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e a entregou ao padre Vitalis, ao padre Clemente e a esta congregação. Foi um grande desafio para quem estava assumindo a paróquia. Reformamos a paróquia, construímos creche nova. Aqui nós tínhamos 90 vagas para crianças, hoje nós temos umas trezentas. Trabalhamos, junto com a irmã Maria, com os adolescentes. Reconstruímos Santa Luzia duas vezes, Santos Reis. Renovamos o João XXIII e a sede da paróquia, fazendo um Centro de Pastoral que infelizmente não deu tempo de escrever lá: Centro Pastoral Padre Vitalis, que era a grande homenagem que a gente queria fazer a ele. Povo sem memória é povo sem história, e a história se cala rapidamente. É preciso cultuar a memória para que a história não se perca. Hoje, a preocupação muito grande ainda com o Criméia é com o colégio Olga Mansur que não tinha um espaço para as crianças brincarem que não fosse no sol quente. Estamos construindo um espaço de mais de 400 metros quadrados para que as crianças possam ter um lugar de lazer à sombra, longe da chuva e do sol. Aqui no Criméia não dá para a gente parar de fazer algo, mesmo a gente tendo saído, a gente quer lutar junto, acreditar junto. O que lamento no Criméia é a desunião das associações, dos políticos que nunca fizeram de fato um projeto em favor desta região. Aqui tem coisas maravilhosas, tem realidades e pessoas maravilhosas e tem grandes desafios pra gente continuar caminhando. O grande desafio deste setor é oferecer à juventude um alimento que não seja podre.


Jornal Criméia – O senhor está dizendo e deixando bem claro que em vez de dividir a gente tem é que somar forças.


Padre Alcides – Se a gente não somar as forças, se não conjugarmos os esforços e os valores de cada um, não adianta. Comunidade dividida é comunidade que não faz história, comunidade que se une escreve uma nova história. Infelizmente isto aqui ainda não acontece no Criméia com o apoio dos dirigentes de associações, políticos que às vezes se elegem até com os nossos votos.


Carlos – Padre Alcides, O Sinval Félix, editor geral e fundador do Jornal Criméia, não pode vir fazer esta entrevista, mas me mandou uma pergunta por telefone. Ele queria a sua opinião sobre as Associações de Moradores do Criméia Leste e da Nova Vila.


Padre Alcides - A associação neste bairro a gente sabe que tem, mas só aparece na época das eleições. A gente não sabe o que os seus dirigentes fazem, não sabemos de nenhum projeto deles que não seja puramente projetos pessoais. As pessoas aparecem na época das eleições e depois somem. É nessa hora que eu falo, com todos os valores que o Criméia tem, o povo não luta pela sua libertação, não cobra, não exige. Veja bem, a Associação de Melhoramentos aqui da Nova Vila. Já a conhecia desde antes de vir para cá, este movimento que teve o apoio do padre Vitalis, mas os donos desta Associação da Nova Vila eram os leigos. Hoje o prédio está abandonado, destelhado, se deteriorando porque um político que foi eleito e agora é candidato a deputado estadual tirou as telhas e disse que ia fazer algo e não fez...é complicada esta situação. A melhor pessoa que poderia falar sobre isso é a Dona Ceni, uma mulher de luta, de garra, uma evangélica firme e forte, muito minha amiga poderia contar melhor esta história. Belguinha, grande Belguinha, o nosso Amadeu, que faleceu há dois anos e não temos a memória viva pra falar deste caso. Mas a Ceni e outras pessoas que lutam pela vida podem dizer muito. É triste. Tá lá o prédio se acabando. As pessoas não lutam e quando lutam é para si próprio, é pro meu marido, meu filho, não para o nosso bairro, para a nossa história, para o dinamismo desta história e tantas coisas mais.


Carlos – Padre Alcides, o Sinval pra mim é uma pessoa singular. Ele luta pelo bairro e por este jornal desde 1995. Gostaria que o senhor falasse um pouco também da importância da atuação dele aqui nesta comunidade.


Padre Alcides – O Sinval que eu conheço é um homem entusiasmado. Que sonha, que lutou muito. Foi uma vez até eleito presidente da Associação dos Moradores do Criméia Leste, mas perdeu o direito de ser presidente por decisão judicial, já que nós aqui em Goiás temos uma justiça venal. Lamento isso, porque isto poda um pouco os nossos sonhos. Mas o que é bonito no Sinval, hoje ele está bastante doente, onde a diabetes tem consumido muito da sua saúde, é a sua determinação, ou seja, mesmo com problemas de saúde, ele não perdeu a vontade de sonhar, a vontade de lutar pelo desenvolvimento do Criméia e da região. É um homem que põe no papel, a história viva deste Criméia. Este jornal, que eu não quero nunca chamar de jornalzinho, porque tudo no diminutivo parece o feinho bem arrumado; este jornal, que está escrevendo a história da região, tá alertando as pessoas, mostrando os valores do bairro, eu penso que um dia a entrevista maior deveria ser da própria pessoa do Sinval.


Jornal Criméia – Padre Alcides, tem duas pessoas aqui da comunidade que gostaria que o senhor falasse um pouco sobre elas, o Padre Sérgio do Centro Social Cidadania Plena e Cara Vídeo e a nossa amiga Irmã Maria Hernandes.


Padre Alcides – Irmã Maria Hernandes, missionária, que hoje está na Espanha, fazendo muita falta para os pobres aqui da região, é uma mulher de vigor, que sonhou bastante, que trabalhou para o desenvolvimento de nossa região, que gastou a sua saúde e a sua herança pessoal para auxiliar as pessoas mais humildes do Criméia e região. Uma mulher que pensa alto, que tem projetos como se fosse uma adolescente de dezoito anos. Uma mulher dedicada, de oração, de fé, de esperança. É claro que hoje um pouco mais cansada, mais esquecida, mas esta mulher trabalhou demais em Goiânia, no Centro Pastoral Don Fernando, nas comunidades de base em Bela Vista e com o Padre Sérgio aqui no Centro Comunitário João XXIII, nesta querida comunidade que englobava tudo, Monticelli, Emílio Póvoa e região. Irmã Maria sempre promoveu as crianças e os adolescentes e tantas outras coisas mais desta mulher que doa a sua vida em prol dos mais humildes. Padre Sérgio é um homem que não envelhece, que é eternamente jovem, que sonha em implantar um lugar de mais amor e justiça. Um homem que acredita nos jovens da Emílio Póvoa, que, no Centro de Cidadania Plena, luta para desenvolver a personalidade, a dignidade, o caráter de jovens, adolescentes e adultos, através esporte, trabalho, do teatro, da dança, da música, capoeira, da comunicação e das artes em geral. É um homem de visão, é como se ele fosse viver mais 50, 100 anos; o projeto dele é nesta dimensão maior. Fico sempre pensando no provérbio latino “Mens Sana in Corpore Sano”, “Mente Sadia em Corpo Sadio”, isto é o Sérgio, um homem de amor de fé, que casou com a Maria, tem os filhos Daniel e Francisco, mas que não deixou de ser sacerdote do amor, da vida e da esperança. Eu o amo, o respeito, tenho por ele um carinho imenso e acredito nos seus projetos.


Jornal Criméia – Mesmo ele casando ele continua tendo o respeito da igreja e continua sendo o padre Sérgio.


Padre Alcides – Mesmo não utilizando a batina como vocês dizem, esta expressão ex-padre, não existe. Uma vez padre, padre pra sempre. Tus és sacerdote in eterno, você é sacerdote para sempre. O certo seria falar padre Sérgio, padre casado, porque o que impede ele de exercer o sacerdócio são as leis da nossa igreja, as leis romanas. Se um dia estas leis acabassem, ele poderia voltar a celebrar Cristo conosco. Não existe ex-padre, como não existe ex-filho e ex-pai. Outra pessoa importante aqui no Criméia que gostaria de falar é a Irmã Margarida, a mulher dos “pés inchados”, dos bêbados, dos pobres, da promoção humana, a mulher que adotou tantos filhos, que fez uma história profunda nesta região. Outro que gostaria de citar é o pai da nossa querida Dirce, professora no Olga Mansur, Seu João Crescêncio, que mora ali no cantinho da Escola Santa Bernadete, um homem que viu todas estas gerações crescerem, que trabalha com as famílias pobres e carentes da paróquia, através da Sociedade São Vicente de Paula.


Jornal Criméia – Nestes 14 anos, que mais pessoas o senhor se lembra que, no sentido humanista, viveram e ainda vivem aqui no Criméia..


Padre Alcides – Ah! Tem muita gente, o saudoso Belguinha, a Dona Maria (Maricota), a Dona Nair, o Seu Argemiro, pioneiro do Criméia. Estes começaram na paróquia ainda coberta com palhas de coqueiro. Tem muita gente. A irmã Assunção, a primeira freira deste setor. O padre Hélder que saiu da invasão da Vila Monticelli, que é um padre dominicano...muita gente, a Dona Maria de Lourdes, Zezé e família...muita gente boa escreveu e escreve a história do bairro, muitos pioneiros de bom coração.

Padre Alcides e o futuro – A volta as origens

“ A Campininha das Flores ”

Jornal Criméia – O senhor está voltando para Campinas, que pessoas conviveram com o senhor na Campininha que lhe vem à memória agora?


Padre Alcides – O escritor José Mendonça Teles, grande homem, historiador. A Meire Aziz, também historiadora, que morreu há pouco tempo. O grande professor Juarez que continua morando na Rua Jaraguá em Campinas no meio de toda aquela confusão no trânsito. Nair Bibiano e família, a família Morais, as irmãs do Colégio Santa Clara desde 1921. Toda a minha formação, a catequese, saíram destas irmãs...( Se emociona)...a Campininha das flores, dos amores, da Praça da Matriz onde antigamente os jovens iam namorar, passear de mãos dadas. Me lembro de uma expressão de um grande missionário redentorista, Padre Albertini: “Se peito de mulher fosse buzina ninguém dormia em Campinas” (risos), o objetivo era dizer que a Campininha que cultiva a vida, a fé, e agora que ela completou duzentos anos, ainda tem muita coisa a ser vivida. Se eu pudesse cantar junto ainda do meu velho pai Alcides da Campininha, nas retretas no Coreto da Praça Joaquim Lúcio (canta) “Ah que saudade eu tenho dos vales de outrora, das Rosas bem rodadas de brancas da loa, da vocação divina da lira sonora, o baile da saudade, dançarei agora”. Saudade não é o que passa é o que fica do que passou, se existe uma esperança, é resgatar a história e promover o presente com as luzes e as bênçãos e as lutas de todas as pessoas que querem construir um novo mundo, um novo amor, um novo pensamento, um novo planeta Terra.

Padre Alcides por ele mesmo e o novo pároco da região

Jornal Criméia – O Senhor é considerado um padre diferenciado, que foge às regras mais rígidas da igreja. Conversando com as pessoas elas dizem que o importante para o senhor é o amor, a vida, a doação e a ajuda aos mais humildes.


Padre Alcides – Eu respeito as normas da minha igreja mas tenho certeza que Jesus não excluiu ninguém. Jesus é uma mensagem universal do pai, quer sejam gregos, judeus, gentios, pagãos; todos recebem a mesma herança, a herança da cruz e da ressurreição. Ele diz com todas as forças: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. O Fundador da minha Congregação dizia assim: "Ninguém que chegar a procurar um padre pode sair pior do que quando chegou”. A única lei, acima de todas as leis, é a lei do amor, da caridade e da misericórdia, porque o pai do céu é rico em misericórdia.


Jornal Criméia – Porque o senhor resolveu ser diferente na forma de atuar como padre?


Padre Alcides - Falar da gente é sempre difícil. Talvez pelo meu jeitão. Eu costumo dizer que sou baiano nascido em Goiânia já que toda a minha criação foi baiana, inclusive a comida. Este jeitão de gostar de cantar, viver, o meu jeito simples, calça desbotada, precata nos pés, fez com que me aproximasse muito das pessoas. Quando a gente fica muito tempo em uma paróquia, a gente acaba criando laços e as pessoas passam a admirar a gente. Como eu amo demais este setor. Acho que vou sofrer muito ao sair daqui (a entrevista foi realizada em agosto, uma semana antes da mudança), sofrer muito mais do que quando eu saí de Campinas para vir para cá, porque aqui eu vi crianças crescerem, jovens casarem, pessoas morrerem e pessoas serem muito felizes.


Jornal Criméia – O que o senhor tem a dizer sobre o sucessor do senhor na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes?


Padre Alcides – O Padre Antônio Gomes, também redentorista, assumiu a paróquia no dia 3 de janeiro de 2010. Ele tem os seus sonhos, os seus projetos e o seu jeito peculiar e singular. Eu só posso dizer que trabalhou muito na nossa editora, na nossa gráfica. Foi vigário em Crixás, na Diocese de Rubiataba, trabalhou em Brasília na Paróquia do Perpétuo Socorro e em outros lugares. É um homem que tá agora, devagarinho, se afinando com o povo daqui.


Jornal Criméia – Qual o seu projeto futuro?


Padre Alcides – Assumir a Paróquia do Santíssimo Redentor São Sebastião, uma paróquia na região sudoeste de Goiânia, que muita gente diz que esta região é uma parte da campininha, então eu estou voltando às minhas origens. Todo padre que reflete, quando chega em um trabalho novo, primeiro ele observa, enxerga, conhece, porque se a gente não conhecer primeiro a comunidade a gente corre o risco de fazer besteira. Eu aprendi isto com um velho padre de São Paulo de 90 anos, chamado padre Cardoso que quando a gente chega em uma paróquia, os primeiros seis meses a gente tem que conhecer a comunidade e depois de já estar com o povo no coração a gente mudar junto tudo que tem que ser modificado. Vou com alegria, esperança, amor e vou com coragem de dar um pouco de mim e da saúde que ainda me sobra.

Os políticos, empresários e a igreja

Jornal Criméia – O senhor conseguiu também um grande respeito pelos políticos e empresários. Como ocorreu isto?


Padre Alcides – Eu vou voltar a um provérbio da bíblia: “só se ama aquilo que conhece”. Eu não sou um padre de pedir ajuda a políticos, mas abri a igreja para todos os políticos de todos os partidos. Todos tiveram vez e voz de apresentar as suas propostas, que as pessoas da missa, da comunidade pudessem fazer perguntas a eles. Alguns foram bastante questionados pela comunidade da paróquia, pelas suas colocações e posições que ofendiam muito a dignidade da pessoa humana. Alguns empresários ficaram sabendo do nosso trabalho em favor dos pobres, dos oprimidos, dos doentes, dos sem-teto, sem casa. Eles vieram até aqui, conheceram a realidade da comunidade e se propuseram a ajudar e, de fato, ajudaram. Não gosto de citar nomes porque eles nem gostam disso. É aquilo que diz a bíblia o que a mão direita faz a esquerda não precisa saber. Em termos de governo eu quero fazer uma referência ao governo Marconi sim, que também nunca pedi nada, mas a sua esposa, Valéria Perillo, teve a delicadeza de conhecer o nosso projeto, visitou as famílias na Vila Monticelli, na Emílio Póvoa e assim ela me ajudou a doar uma kombi para a paróquia que está em uso até hoje, ajudou a construir a creche aqui no fundo da igreja na rua 231. Graças a ela foi possível ainda oferecer mais 100 vagas na creche para que as mães pudessem trabalhar. Então a minha relação com os políticos e empresários é de respeito meu com eles e deles comigo. Aprovo e aplaudo as decisões acertadas e critico de forma dura as incoerências e não me vendo à nenhum deles.

Padre Alcides: Depoimento Livre – Viva a Vida

A Vida é feita de Sonhos

Jornal Criméia – Padre Alcides, chegando ao final da entrevista vamos então ao depoimento final tradicional do Jornal Criméia, sem cortes e sem edição. O espaço é do senhor pra dizer o que tiver vontade.

Padre Alcides – Tendo no coração as palavras de Exupéry: “o que se leva desta vida, é a vida que se leva”. Tendo no coração as palavras de Chico Xavier: “não é possível fazer um novo começo, mas é possível fazer um novo fim”. Tendo no coração as palavras de Anastasi: “o essencial de nossas vidas é que fique em algum lugar o fruto de nossa bondade”. Tendo no coração outras tantas pessoas que me ajudaram a ter uma mentalidade crítica, quero dizer a todos que vão ler esta entrevista: NÃO DEIXEM DE SONHAR, faça o sonho o maior possível, não se contente nunca com o pouco e com a mediocridade. O grande coração do homem é quando ele acredita na vida. A grandeza do coração do homem é quando ele acredita na vida, acredita na esperança. Não deixe de sonhar e vai construindo a história, com passos pequenos, às vezes mais apressados, às vezes de volta. Não deixe de acreditar no homem, não deixe de lutar pela libertação do homem. Digo com o coração cheio e pleno: “o único passaporte para o céu, passa pelas mãos dos pobres e oprimidos”. Como dizia o grande diretor da Rádio Difusora de Goiânia, padre Luís Ítalo Zômpero: “o passaporte do céu passa pelos mais lascados da sociedade”. É neste sonho que me vem à mente a música do Vandré: “os amores na mente, as flores no chão, a certeza na frente, a história na mão, caminhando e cantando e ensinando uma nova lição”. É preciso acreditar na vida, é preciso acreditar nos homens, é preciso acreditar no coração, mas não deixe de ter um lugar para o Deus de Jesus Cristo no seu coração e no seio da sua família. É isso que desejo a todos do nosso querido Criméia e região.


Jornal Criméia – Gravamos depoimentos com algumas pessoas sobre o que elas pensam de Padre Alcides. Devido ao espaço, resolvemos então sintetizar o que a maioria disse em uma única frase :

Padre Alcides, o Padre dos Pobres, o Padre de Todos, o Padre da Vida.

O jornal Criméia agradece a todos que auxiliaram nesta entrevista com perguntas e informações sobre a história de Padre Alcides: Hamilton Amorim , Ródson, Irmão Diego, Padre Jesus, Pedro Wilson, Xexéu, Eurico Alarcão, Ana Maria, Luiz Aquino e outros, muitos outros que, em conversas, deram a nós elementos importantíssimos para a realização desta entrevista.

Fiquem todos com Deus e que ele continue iluminando os nossos corações

Sinval Félix e Carlos Pereira

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Apresentação:




“Este projeto foi contemplado pelo Edital de Arte nos Pontos de Cultura Aldir Blanc - Concurso nº 02/2021-SECULT-GOIÁS – Secretaria de Cultura - Governo Federal".



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